Entretanto, o mal humorado – aquele que sofre de Mau Humor – está sempre confortável. Não sente dores agudas de depressão e está pouco se importando com melodramas sentimentais. Só não quer mesmo ser incomodado com a idiotice alheia, este é o fato. Fora isso, a vida dele segue boa, numa vibe própria e de baixa periculosidade. Ah, amigo. Mas sempre tem um para abalar a sanidade de um mal humorado. Sempre tem um cara bem humorado pra aniquilar o dia tranquilo e zen do Mau Humor.
Aquele “Bom dia” vigarista desperta qualquer Mau Humor adormecido. É costumeiro um mal humorado responder num tom de brincadeira, mas rancoroso: “Por que você está me desejando um bom dia? Não há motivos para este ser um bom dia!”. A resposta inflada de insignificância vem rápida: “Um mal humorado. Sai pra lá”. Ou às vezes a resposta vem recheada de pseudobondade: “Imbecil mal humorado. Agradeça por ter trabalho honesto em vez de precisar se prostituir na esquina”. Vida de mal humorado não é fácil não. Ninguém deixa o cara em paz. Provavelmente sofreu bullying na escola. Ninguém queria ficar perto do mal humoradinho.
Hoje, a solução vem da ciência moderna, dos laboratórios bioquímicos do fim do mundo. Foi anunciado recentemente que o método mais eficaz para o tratamento de Mau Humor é acasalar um mal humorado com uma parceira bem humorada. Geralmente, o portador da doença adora uma mulher amigável e feliz, de bem com a vida, com tudo em cima e cheia de amor para dar. Para ela também é bacana ter um homem com cara de mau para esquentar as noites vagas. É simples. Amor e sexo resolvem o mal do Mau Humor. Pelo menos durante os próximos trinta minutos.
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